terça-feira, 24 de agosto de 2010

'Devedores'

Bem aventurados, todos e suas carapuças...
Insistiram em cobrar diariamente, agora pague o preço que estão cobrando!
Te avisaram quem era, mas você quis ver com os próprios olhos...
Agora não chora, não olha pra trás...
Dá a mão, e levanta a cabeça!
Chega de fugas, agora só há um caminho!
E você não dita regras aqui;
Viagens sem mala; só a roupa do corpo, nada de fotografias na carteira!
De guarda, dorme com você e acorda com você..

‘É preciso se jogar pra saber a altura!
Como se sabe o gosto da morte, se não se beber os venenos!’

Que sejam abençoados, os atrevidos de natureza!
Que sejam coroados, com galhos secos, mas sem espinhos..

Não precisa nem abri a mão, para saberem seus destinos!
Escrito nas suas testas suadas, embaixo de suas carapuças vermelhas, cheia de pavor!
Que vida linda, escolhida; das três alternativas que deram, foi escolhido deixar a pergunta em branco

Que sejam transferidos direto pro purgatório, os fracos e submissos!
Sentados em uma cadeira eternamente para aprender a dizer - não!
Sem sonhos caros, obrigados a amar a tudo, menos a si próprios!
Enganados, iludidos, programados a terem lembranças inúteis, todo tempo!
Como uma roda gigante, parada e sem luzes coloridas...

Bem aventurados, os que aceitam as mentiras...
Perdoam traições e se julgam menores que todo mundo...
Esses sim! Tem lugar garantido no inferno de si próprio
Vai amargar a própria sorte e chorar a cada amanhecer..

As pedras já foram numeradas, mas quem a de largar à primeira?
Da torre do castelo dá pra ver os piores olhares!
Dá pra escutar os podres pensamentos!
E sentir o cheiro do ódio pelo lugar que os deram!

Os coitados são os piores, mas ninguém nunca os aponta!
Costumam fingir que não os conhece!
Andam sem nome, com olhos vermelhos e corações apertados!!

Que sejam extintos do planeta os observadores;
Os que descobrem tudo de todos, e passam a vida inteira a só olhar a desgraça alheia!
Sentados de longe, só se envolvem com os escolhidos!
São negros por dentro, e ainda tem orgulho de se divulgarem!

Pés atolados em uma areia que vai te engolir um pouquinho a mais a cada segundo
A cada palavra dita fora de hora!
A cada pensamento sujo!

Bem aventurados os que fazem dividas sem terem onde cair mortos...
E passam o resto da eternidade devendo até o próprio couro, a sua consciência!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Minhas eternas buscas


Já é quase fim;
E eu ainda espero vitorias...

Dicionários com o significado de palavras que nunca vi,
Poemas que descrevam sentimentos que nunca senti,
Como se alguém pudesse explicar o gosto da água!


Em busca de nuvens cor de rosa!
Eu ainda espero sentada;
Eu ainda estou aqui...
Só não sei até quando!

Se a cabeça abaixar, pelo menos não choro!
Se os pés doerem pelo menos não paro...
Mas se os olhos fecharem, eu já não sei mais de nada!


Exausta de tantas cargas...
Eu ainda espero vitorias, poxa!
Eu ainda espero alguém responder minhas perguntas!
Alguém que não saiba tudo, mas pelo menos, mais do que eu!

Um caminhão que me atropele com as verdades sobre a vida!
O copo de veneno que vá me levar pra um lugar melhor!
Um banco de praça, uma moeda no chão!
Uma explicação, não posso partir assim...

Deveria me aceitar com o que tenho;
Mas fazer o quê!?
Já tenho horas aqui, e esse remédio insiste em não fazer efeito nunca...


Não posso desistir agora!
Ainda existe muito a se saber...
Muito a se explicar...

Eu quero as respostas, quero as vitórias...
As que me foram prometidas cortando meu cordão umbilical!

Quero parabéns...
Pelas ladeiras que subi...
Pelas provas da 1ª serie que passei...
Pelos gols que fiz no vídeo game...
Pelos primeiros passos que dei, sem ajuda de ninguém!
Onde fica os troféus, pra quem vence na vida?

Continuo esperando vitórias!
Espero os dias sentada...
Mas não vou voltar atrás e é assim que vai ser...


Eu quero morrer com os livros na mão...
Pode até ser um fim lento e doloroso;
Mas quero as respostas..
E se eu não for digna;

Descontem nas pás de areia por cima do meu caixão...
Mas não deixem enterrar meu corpo...
Se ainda acreditarem que não sou um vencedor!!!

domingo, 15 de agosto de 2010

'Um fim'

Fui deixando ficar pra trás...
Me acostumando a pisar em cacos de vidros;
Escondida atrás dos carros...
Me conformando com restos...

Batendo na porta com as chaves na mão...
Olhando sempre pela fresta da janela, a minha própria vida!
E agora, o que fazer com tudo isso!?

Livros que eu nunca li...
Sonhos que eu nunca entendi!
Quedas de que nunca levantei...

Cores discretas...
Passos lentos...
Voz mansa...

Quem há de lembrar de alguém assim!?
Tão despercebida...
Tão invisível!
Fazendo sempre questão dê ser a ultima da fila...

E lá estão todos;
Com seus sapatos envernizados,
Suas risadas e seus gestos!
Seus vestidos vermelhos...
Suas jóias...

Quem vai me pintar como tela?
Quem há de apagar essa imagem tão cinzenta que escolhi ser!?

Decisões que eu não sei tomar!
Lagrimas que o vento nunca conseguiu secar...

O telefone nunca toca...
Os papeis estão sempre em branco..

‘É... alguém esqueceu de mim!’

Uma carta amassada!
Quem há de abrir pra reler...!?

Um tiro na cabeça de alguém que ninguém conhecia;
Quem há de se importar!

Mais uma pra lista das mal amadas
Quem a de me numerar!?


Esperando sentada...
No meio dos cacos de mim!
De olhos fechados...
De braços cruzados, no chão...

Sem resgate...


Chegada ao fim...
Sem motivos pra respirar!
Tudo tenho aqui, menos vida!

Lembranças em uma gaveta da minha cabeça!
O passado tenta me reconstruir;
Logo agora que nem mais alvenaria tenho!

Onde estavam todos, quando cair?
Porque tentar me levantar agora?
Se eu já nem moro mais em mim...

Minha porta aberta!
Meu mundo fechado...
Minha sombra foi embora, por não ser a mais negra de nos!

Alguém esqueceu de mim; e acho que fui eu!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

submissa

Pra você que me deu grades...
E também pra vocês que carregam correntes...
-Anda se pondo no meu lugar;
Será que sabe mesmo quem eu sou?

Criada no silêncio do respeito!
Na fila da submissão!
No tempo em que só ser olhado, doía mais que um tapa!!

Correntes invisíveis;
Me prendem a uma realidade, que escolheram pra mim!
Escondida atrás de falsos sorrisos; A denominaram; ‘ Felicidade’
Duvidas me colocam pra dormir, e me acordam todos os dias!

Grades que jamais enferrujam...
Feitas de um material maciço, chamado medo!

-Andam se pondo no meu lugar!
Mas cadê suas correntes!?
E sua prisão, onde é?

...Em cima de passos não se anda!
A final, já se sabe quem vai se encontrar no fim caminho!

Minha mãe tentou me alertar...
Mas ainda dá tempo de voltar..eu sei...
Quero minhas pegadas bem nítidas, na porta na minha cela...
Quero que vejam as correntes quebradas no chão....

Não vou entrar nessa tal fila...
Vou falando bem alto no caminho, pra quebra o tal silencio e pra saberem que sou eu que to saindo aqui!

E nem me Olhe!
Eu não tenho medo de ninguém!