quinta-feira, 9 de setembro de 2010

'Onde nada houvesse'

Queria uma grama....
Um lago....
Uma água bem azul...
Um silencio...

Algum lugar para escrever...
Algum lugar para viver
Onde não se precisasse de comida,
De dinheiro, de cuidados, de companhia!
Um lugar que me inspirasse flores...
Que não me cobrasse dores...
E tudo que eu tivesse, fosse saudades!

Onde tivesse sol de dia e chovesse a noite!
Mas nem sempre, pra lua não desistir de existir!...
Onde eu pudesse andar sempre na mesma direção

Um lugar no mapa de mim, que não me levasse tão longe!

Um céu infinito mas que desse pra se tocar!
Um lugar que me desse vontade de sorrir por simples existência!

Não me cobrasse antecedentes, não me cobrasse impostos!
Fosse sem telhado, sem paredes...
Fosse todo um lugar; O meu lugar!

Tivesse arvores verdes que dessem frutos novos a cada dia .
Ar puro, cheiro de flores e brisa leve ao fim do dia
Queria um lugar de sonho, mas que não me acordasse nunca!

Conseguir esquecer os números dos telefones, datas de aniversários, contas correntes...

Sem jóias no pescoço, sem cores de vários tons!
Nada de mouse, ou de Palmer tope...
Sem câmeras pra registrar, sem digitais pra identificar!

O cabelo sempre solto.. A alma sempre leve, os pés sempre descalços
Acordar do não dormir...
Levantar de estar sempre de pé...
e viver do não estar mais aqui...

Está sempre em mim, estar sempre aqui!
Livros sem letras que me cobrassem sempre um final feliz,
O meu final de um começo meu!

Eu queria um lugar que não fosse aqui, mas que fosse em mim!
Que passasse de imaginação, que acontecesse todo dia...
Que fizesse falta toda vez que desaparecesse em frente aos meus olhos!

Um lugar meio campo, meio serra, meio casa!
Um lugar que fosse inteiro, que não tivesse cercas, que não tivesse limite!
Que me levasse onde eu quisesse ir, que me trouxesse de volta pra dentro de mim
No ponto exato onde eu me perdi...

Onde tivesse bicho, todos em seus lugares
Onde tivesse pessoas, todas em seus lugares!!
Onde não houvesse metal, onde nada se quebrasse....
Onde nada houvesse!

Onde sentimentos não existissem....
Onde se tocasse uma música suave a todo tempo...
Sem permissões de parar, sem permissões de continuar!
Onde todos os caminhos me trouxessem pra dentro de novo...
Pra dentro desse lugar...
Pra dentro daqui, pra dentro de mim!